Eis o Segundo Cérebro Um manual de referência sobre gestão e liderança de produtos digitais.
Introdução à especificação e documentação de Produtos Digitais
Documentar o produto não serve apenas para alinhar os outros, mas também para contar uma história e uma narrativa do produto. Não envolve apenas o roadmap, pelo contrário. Basicamente, qualquer conteúdo feito pelo PM e pela área de produto é um artefato que deve ser documentado.
Um produto digital não tem fim. Ele evolui todos os dias. Ele é direcionado para novas posições de mercado. O objetivo inicial pode ter sido transformado em algo maior do que o objetivo original. Com isso, é necessário dar visibilidade de onde estamos e para onde estamos indo, quais os próximos passos e qual o planejamento tático que vamos seguir para tentar alcançar os objetivos definidos.
O problema da visibilidade
Sem uma especificação, o produto se transforma em improviso. Embora o time tenha clareza dos objetivos da empresa e o PM saiba exatamente para onde o produto deve caminhar, pessoas entram e saem da empresa, mudanças de ideia, escopo, prioridades acontecem o tempo todo. Se não houver uma espécie de manual, que mostre os motivos das decisões e principalmente como isso será executado, você perde.
Nos primórdios, a especificação do produto era feita diretamente no sistema de workflow que o time usava - geralmente o Jira (mal necessário). Isso fazia com que o único histórico que tínhamos eram histórias mal escritas, sem definição dos objetivos e dos verdadeiros motivos estratégicos pelos quais o time estava executando as tarefas. Tudo isso ficava perdido dentro de um Trello da vida, onde apenas o time tinha visibilidade. Só que apenas o time ter visibilidade gera um trabalho extra pegajoso para o Product Manager: gerir expectativas dos Stakeholders.
Gerir expectativas é um trabalho ingrato. Se você estiver bem preparado, você vai ter respostas na ponta da língua, mas na grande parte das vezes não será o suficiente, levando o PM a passar horas criando apresentações de reports, repetindo sempre as mesmas coisas para refrescar a memória dos diretores sobre os motivos das decisões já tomadas anteriormente.
Se o PM não estiver preparado, gerir expectativas se transforma em um trabalho de criação da melhor desculpa esfarrapada possível, torcendo para que os stakeholders sejam tão preguiçosos e displicentes quanto o PM, para não darem a devida atenção para o trabalho tático. Esse cenário é péssimo e só mostra que o trabalho mais básico do PM, que é conhecer o seu próprio produto, não está sendo feito com atenção.
A visibilidade do Produto deve existir não apenas para o time ou para os stakeholders, mas para toda a empresa. Em empresas de tecnologia, o Produto Digital é a ponta da empresa que faz interface com o mundo. É por lá que o mercado tem o primeiro contato e a empresa tem a oportunidade única de mostrar e levar valor para as pessoas. Você, como PM, precisa dar visibilidade dos seguintes pontos para toda a empresa, de forma constante e fundamentada:
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